A Diretoria Executiva da ADERJ-Associação dos Diretores de Escolas Públicas do Estado do Rio de Janeiro lamenta profundamente a decisão governamental de instalar nas dependências do CE Pedro Alvares Cabral, de Copacabana, os cidadãos desalojados em virtude de reintegração de posse da Casa Nem.
O lamento é duplo. Inicialmente, pelo desalojamento abrupto da comunidade atendida pela Casa Nem, que “abriga cerca de 50 pessoas, desde crianças a idosos, em situação de vulnerabilidade, além de servir como sede da instituição que também oferece oficinas de aprendizado para a população LGBTQIA+ como costura e pintura. Os moradores da ocupação não aceitavam a retirada forçada, principalmente durante a pandemia, sem que antes a Prefeitura disponibilize um novo local em condições habitáveis”.
O desalojamento desta frágil comunidade, historicamente marginalizada pela sociedade, em um momento como o que vivemos, sem o oferecimento de um local digno que os pudesse receber, beira a crueldade, e demonstra o descaso estatal para com cidadãos que se encontram em profunda situação de vulnerabilidade social.
Por outro lado, é de se lamentar a escolha das dependências de uma unidade escolar para abrigar, ainda que provisoriamente, os desalojados.
É que o prédio de uma unidade escolar não possui a estrutura necessária para a instalação de pessoas com a dignidade que esses cidadãos são merecedores. Ficarão precariamente acomodados, aglomerados em espaços improvisados e inapropriados para a utilização como residência, visto tratar-se de um prédio cujo espaço físico foi planejado para o cumprimento de sua finalidade precípua – receber alunos, professores e servidores para atividades escolares.
A ADERJ se solidariza com os cidadãos desalojados, com toda a comunidade escolar do CE Pedro Alvares Cabral, com seus alunos e professores, e com seu Diretor, nosso Associado, o Prof. Francisco da Silva Gomes Junior, que conduz a Unidade com profundo esmero e capricho, dedicando integral atenção à manutenção adequada de todo o equipamento escolar ali alocado, de forma a transformar o CE Pedro Alvares Cabral em um dos mais bem cuidados prédios escolares da Capital.
A ADERJ espera que o problema seja resolvido com a urgência requerida e com a atenção merecida, de forma que os cidadãos desalojados possam ser instalados em local provido da dignidade de que são merecedores, e que a comunidade escolar do CE Pedro Alvares Cabral possa retornar à plena utilização do espaço a ela originariamente destinado.
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