Neste Domingo, povos do mundo inteiro comemoram a Páscoa.
Quer na tradição judaica, quer na cristã, a data nos remete à libertação e à liberdade, à passagem para uma nova forma de existência e convivência, à ressureição e ao renascimento.
No momento em que a dor e a tristeza, a perda e o sofrimento assolam milhões ao redor desta frágil e minúscula esfera de vida que habitamos, que rodopia, incessantemente em um Universo infinito, pulsante, mas solitária, como que a nos lembrar de nossa pequenez, a passagem da Páscoa, com todo seu simbolismo religioso ou histórico, deve se revestir de seu significado mais importante – Libertação e Renascimento.
Precisamos nos libertar da ignorância, da truculência, do egoísmo, de visões arcaicas de um mundo que não mais existe, no qual se culpavam inimigos imaginários, como forma de expiação da própria incapacidade e da própria inabilidade de compreender a realidade, interferir positivamente nas tragédias humanas e conduzir seus semelhantes a uma convivência civilizada e harmoniosa.
Precisamos nos libertar da insensatez, da irracionalidade, da mentira, do ódio pela diversidade de ideias, de opiniões e de comportamentos; libertarmo-nos das constantes tentativas de imposição do domínio pela força e pela violência, em detrimento da autoridade Moral e Ética.
Precisamos nos libertar de antigos espectros do Mal, que insistem em ressurgir, escapando dos grilhões e da execração a que foram lançados, e sob novas formas de dominação e cooptação, teimam em instalar a desarmonia, a tirania e o caos, as únicas fontes das quais se alimentam.
Precisamos renascer para uma nova Era de concórdia, de harmonia e justiça social. Uma Era de Saúde, Educação, Paz e Dignidade para todos, na qual possamos viver e conviver, uns ao lado dos outros, na imensidade de nossa pluralidade, e na pujança de nossas semelhanças.
Precisamos renascer para uma nova vida; uma vida na qual não haja espaço para a fé cega, para o abuso da ingenuidade e da fragilidade de intelectos; uma vida na qual todos entendam e compreendam, que qualquer direito, individual ou coletivo, encontra seu fundamento elementar, no direito à Vida, no direito a existência digna, sem o qual, todos os demais perdem integralmente o seu sentido, travestindo-se em desvalores.
Precisamos, enfim, renascer!
Recomeçar!
Reconstruir!
Refletirmos sobre os erros cometidos no passado e que nos conduziram a tragédia que ora enfrentamos e mais uma vez, e tantas quanto forem necessárias, lutar para que a Luz triunfe sobre as trevas!
Prof. Almir Morgado
Presidente Emérito da ADERJ.
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