Divulgados os números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o Estado do Rio de Janeiro apresentou resultados muito ruins, quando comparados aos outros estados da Região Sudeste.
Em 2021, o Ideb do estado do Rio de Janeiro foi 3,9 e, no ano passado, caiu para 3,3 - bem distante da meta estabelecida para essa faixa de ensino, que é de 4,6.
As razões para o sofrível desempenho da rede estadual são múltiplas. Certamente, muitas justificativas serão apresentadas, porém, mais do que justificativas, serão necessárias ações efetivas para a reversão desse quadro, que vem se deteriorando a casa biênio.
Não há apenas uma causa suficiente para explicar o desempenho. Mas há causas necessárias. E todas elas estão presentes, no caso do nosso Estado.
Uma delas é a situação de desalento e de desvalorização dos profissionais da Educação em nosso Estado.
Analisando-se os resultados, se constata que os melhores resultados foram obtidos nas redes estaduais nas quais há permanente valorização dos professores.
A valorização demanda ações concretas que proporcionem formação continuada, a existência de boas condições de trabalho, tanto físicas como psicológicas, uma renumeração digna, o respeito a liberdade de cátedra dos professores, a constante motivação dos professores, e muitas outras, que não encontramos no nosso Estado, infelizmente.
A remuneração dos professores é aviltante. A falta de motivação e de desalento, a ausência de qualquer perspectiva de melhora, tem causado efeitos terríveis, que agora são demonstrados pelos resultados divulgados pelo MEC.
No caso dos diretores de escola, o quadro é desanimador. As gratificações, que sempre foram ruins, estão congeladas há mais de 12 anos. As relações interpessoais entre os diretores e suas chefias não são adequadas, o excesso, a superposição e o acúmulo de tarefas burocráticas não permitem que o Diretor se dedique à gestão pedagógica das escolas, as ameaças constantes de punições e a quantidade absurda de sindicâncias instauradas, enfim, a situação atual é a mais adversa já vivenciada pela categoria.
Só temos a lamentar, e aguardar que os resultados obtidos pelo Estado no IDEB, e os prejuízos para o futuro dos nossos alunos, deles advindos, façam com que as autoridades governamentais tomem atitudes imediatas para a reversão do quadro.
As causas são conhecidas. As medidas que devem ser implementadas para iniciar um processo de melhoria das condições de trabalho e de remuneração dos professores também são. As ações pedagógicas necessárias estão todas bem documentadas.
Não há o que saber. Não há o que planejar. Não há o que discutir.
Há o que fazer!
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