A culminância do processo consultivo para a escolha das equipes de direção das unidades escolares da rede estadual ocorrerá nos dias 29 e 31 próximos, momento no qual os integrantes da comunidade escolar votarão nas chapas devidamente inscritas, na forma da Resolução SEEDUC Nº 6252/2024.
Trata-se de momento de extrema importância para as escolas da rede, que só foi possível a partir da edição da Lei Estadual 7.299/16, de autoria do Deputado Carlos Minc, que instituiu essa modalidade de participação da comunidade escolar na gestão das escolas, concretizando o princípio da gestão democrática, hoje consagrado em diversas outras normas, como princípio regente da organização e funcionamento das escolas públicas.
A ADERJ sempre participou deste processo, colaborando com a elaboração de normas, subsidiando a Secretaria com informações e sugestões relevantes, integrando grupos de trabalho, enfim, atuando para que a gestão democrática se torne efetiva.
A gestão das escolas públicas é tarefa extremamente relevante, fundamental e imprescindível para a garantia do direito a educação, e o Diretor e o Diretor Adjunto desempenham papel de centralidade absoluta neste processo.
Além de conhecimentos técnicos, os mais diversos, de profunda dedicação e comprometimento com a Escola e com a Educação, a atividade desempenhada pelo Diretor requer empatia e aplicação, cotidiana, da inteligência emocional, na medida em que o Gestor, lida com pessoas, mais do que com processos e documentos, lida com gente, alunos, responsáveis, professores, colaboradores.
Tudo isso, exige do Gestor os mais diversificados talentos. Causa desgaste físico e emocional imensos.
A ADERJ espera que uma vez empossados os novos diretores, escolhidos por suas comunidades, possa se inaugurar uma nova fase na gestão das escolas da rede.
Há necessidade de revisão de atos, processos e procedimentos, com vistas a simplificá-los, de maneira que os Gestores possam se dedicar aos aspectos pedagógicos das escolas.
Há necessidade de urgente revisão das relações interpessoais entre os diretores e suas chefias regionais, substituindo, em alguns casos, a rigidez hierárquica e a aspereza comportamental, que seguem um modelo antiquado de gestão administrativa, por uma relação harmoniosa e de colaboração, menos vertical e subordinante e mais horizontal e coordenada.
Há necessidade premente de alocação de servidores administrativos, na forma da regulamentação já existente, provendo a escola dos servidores necessários ao suporte administrativo e pedagógico, indispensáveis ao funcionamento das escolas e das tarefas dos Gestores.
É imperativo que a SEEDUC, a despeito das limitações orçamentárias, encontre meios de atualizar as gratificações dos diretores, congeladas desde 2012, cujos valores, de tão defasados, são totalmente incompatíveis com a relevância das funções desempenhadas pelos gestores.
Enfim, são muitos os desafios a serem enfrentados e superados. Mas sua superação se inicia no momento em que os professores, a despeito deles, submetem seus nomes ao sufrágio de suas comunidades e uma vez empossados, demonstram toda sua tenacidade, resiliência e comprometimento com a Educação pública de qualidade.
A ADERJ permanece atuando na defesa dos interesses dos diretores e diretores adjuntos. Vamos em frente!
Dr. Almir Morgado
Presidente Emérito
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